quinta-feira, 14 de maio de 2015

Parabéns à UP, arauta da língua escrita tal como é lida !

Hoje ficamos livres da obrigatoriedade de escrever consoantes que não são lidas. A UP teve a sageza de adotar desde o primeiro dia a simplificação ortográfica que eliminou do português escrito as consoantes que não são lidas (dizem-me alguns que foi apenas o cumprimento de uma obrigação legal; permitam-me que fantasie ter sido uma adoção querida pelo Reitor Marques dos Santos). 

Simplificação feita sem fundamentalismos: o português do Brasil escreve fato e abruto, e nós facto e abrupto, porque lemos o c e o p, e eles não. Sem coações: dando liberdade a quem quiser, nomeadamente aos mais velhos e aos eruditos, para continuar a escrever português com a ortografia que lhes foi ensinada nos bancos da escola. Alguns erros pontuais (pouquíssimos, apesar de tudo) requerem correção nesta simplificação ortográfica (Egipto, cágado), simplesmente por que estas poucas palavras não cumprem a regra de escrever como se lê. 

Falta que se omita o h inicial da ortografia (como já aconteceu no italiano). Um dia acontecerá. Diversidade, evolução e seleção natural, são as leis da vida e também as das línguas vivas. 

1 comentário:

  1. Jorge Olímpio Bento13 de junho de 2015 às 12:39

    Muito bem! Requer-se também que a UP defenda a língua portuguesa (um dever constitucional) e a cultive. A linguagem é a forma do pensamento. Quando ela não é escorreita, revela que o pensamento está igualmente preso num emaranhado de confusão. Ou seja, ao cuidarmos do aprimoramento da linguagem, estamos a laborar diretamente no aperfeiçoamento cognitivo e intelectual. Isto manda perguntar: Como anda a linguagem na Universidade? Qual é o nível estético e racional da linguagem falada e escrita, nomeadamente nas aulas, nas monografias e dissertações? Este assunto é de primeiríssima ordem e grandeza; logo não é para atirar para debaixo do tapete! Jorge Bento

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