quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Deliberações oficiais da reunião do CG de 16 de janeiro

Ao meu post de 16 de janeiro (referente à reunião do CG desse dia) faltou adicionar, como sempre o tenho feito para as anteriores reuniões do CG, o texto das deliberações oficiais da reunião. Penitenciando-me pelo meu esquecimento, e para salvaguarda da “memória futura” (como agora se diz), aqui vão essas deliberações:

  1. Foi aprovada por unanimidade a ata da 15ª reunião do Conselho Geral de 14 de novembro de 2014, com a declaração de voto do sr. Prof. Doutor Artur Águas referente à alteração introduzida na página 3, sendo favorável à manutenção da redação original.

  1. Foi aprovado por maioria o Plano de Atividades da Universidade do Porto, para 2015, com os pareceres favoráveis de todas as Comissões Permanentes do Conselho Geral e ordenada a remessa ao Conselho de Curadores, bem como as recomendações, não só relativas ao presente Plano, que foram aceites pelo Sr. Reitor, como sobre a elaboração e apresentação dos futuros planos de atividades da U.P.

  1. Foram aprovados por unanimidade os “programas das ações das Comissões permanentes do Conselho Geral para 2015”.


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Futuras obras no Pavilhão Rosa Mota inviabilizam que a Mostra da UP seja no Palácio

Dizem-me que o Rosa Mota entrará dentro dos próximos meses em obras de requalificação. Googlei “obras Rosa Mota” e encontrei notícias da Lusa referentes a “concurso público internacional” da CMP (autorizado pela Assembleia Municipal do Porto em reunião de novembro passado) para a reabilitação, requalificação e exploração do edifício sem custos para a CMP e com a contrapartida da sua exploração durante 20 anos para quem pagar as obras (reservando a CMP a possibilidade de vir a ter que contribuir com 25% para o consórcio a criar). Os concursos públicos internacionais têm que respeitar prazos legais europeus, não sendo de prever que a assinatura do contrato de adjudicação e início das obras se faça antes da data prevista para a Mostra da UP (daqui a dois meses).

A Alfândega é um excelente espaço para conferências e reuniões mas desadequado para uma exposição que propicie alta mobilidade aos visitantes, como é requerido pela Mostra da UP que tem funcionado às mil maravilhas no enorme “open space” oferecido pelo Rosa Mota.

Se se confirmar que o início da obra de requalificação do Pavilhão Rosa Mota não será antes do meio de março, parece-me sensato que a Reitoria da UP inquira junto do Vereador da Cultura da CMP (e Prof. da UP), Paulo Cunha e Silva, se será possível realizar a Mostra da UP no Rosa Mota em março (para quando está agendada a adjudicação efetiva da obra?).


É que é o Palácio é mesmo o espaço ideal para a Mostra da UP.

Uma decisão errada: não fazer a Mostra da UP no Palácio mas sim na Alfândega

[Petição que acabo de dirigir por email ao Senhor Reitor e à Equipa Reitoral]

Este conselheiro da UP pede-lhe encarecidamente que reconsidere a sua decisão de fazer a Mostra da UP de 2015 (12-15 março) no edifício da Alfândega. Seguramente que haverá um qualquer fim de semana durante a extensa Primavera em que o Palácio estará disponível para a UP.

É uma decisão errada porque irá:
- Quebrar com o hábito que já entrou na memória cultural da cidade e das Escolas da sua região: a Mostra da UP é no Palácio.
- Sobrecarregar o trânsito numa área de trânsito já saturada na cidade do Porto (marginal em Miragaia);
- Fazer uma exposição num espaço emparedado, sem janelas nem vidros, e com um pé-direito de 5 metros em vez de 50 metros, abdicando de luz natural e de espaçosos jardins.

- Prescindir de um espaço imenso para estacionamento das dezenas de autocarros de Escolas Secundárias que tradicionalmente visitam a Mostra da UP.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Reunião do CG de 16 de Janeiro de 2014: Informações e Decisões

Esta reunião decorreu na Sala do Conselho Científico da Faculdade de Direito da UP, iniciando-se às 14.30.

Assuntos de Antes da Ordem do Dia:

I. Informações do Presidente do CG:

1. A reunião do CG de 8 de maio é antecipada para 24 de abril para se poder cumprir o prazo legal de aprovação das contas das Faculdades.
2. Haverá reunião extraordinária do CG a 10 de julho para se poder cumprir prazo legal de aprovação das contas consolidadas da UP.
3. O Presidente do CG foi recebido pelo Secretário de Estado do Ensino Superior, tendo indagado sobre o processo de aprovação dos novos Estatutos da UP. O documento foi enviado ao ministério a 17 de novembro pelo Conselho de Curadores da UP. Encontra-se em apreciação pelo seu gabinete jurídico. O Presidente do CG lembrou ao Secretário de Estado que o prazo legal, previsto no RJIES, é de 60 dias e que está quase a esgotar-se. O Secretário de Estado mostrou-se muito interessado em conhecer o relatório de apreciação do exercício dos primeiros 5 anos do regime fundacional pela UP. Este relatório encontra-se em fase de elaboração final pela Comissão de Governação que o apresentará à próxima reunião do CG.

II. Esclarecimentos do Reitor a temas propostos por mim próprio (Artur Águas)

1. Informações sobre o assunto “Museus da UP”:

O Reitor informou que estão a ser criados dois novos Museus na UP, ambos sob a direção do Prof. Doutor Nuno Ferrand:

- Galeria da Biodiversidade que ocupará a Casa Andresen (no Jardim Botânico): irá incluir um primeiro espaço organizado em 4 módulos referentes à conservação das espécies (nas seguintes vertentes: estética, científica, ética e económica). Terá também secções sobre os seguintes temas: seleção natural; diversidade genética, de tamanho, cores e formas dos animais; homologias entre animais; o duo: animal predador /animal sua vítima; organização do sentido da visão nos seres vivos; a diversidade dos seres humanos que falam português.

- Museu Central da Universidade que ocupará a metade sul do edifício da Reitoria (todos os 4 andares). Terá os seguintes componentes: laboratório de química Ferreira da Silva (logo junto à entrada principal virada para a Cordoaria); museus de geologia e mineralogia; museu de instrumentos científicos; pátio dos dinossauros; herbário e área de zoologia; arqueologia e etnografia; história da Grécia e do Egipto Antigos; espaço de conchas e borboletas; evolução dos vertebrados; evolução do Homem; módulos interativos.

O dossier dos Museus foi entregue para gestão pela Vice-Reitora, Prof. Doutora Fátima Marinho. A sugestão do CG, o Reitor comprometeu-se a convidar o Prof. Doutor Nuno Ferrand a fazer uma exposição aos membros do CG no início da próxima reunião sobre estes novos Museus.

2. Informações sobre agendamento em 2015 da concretização de propostas do programa eleitoral do Reitor:

- Congresso da UP, adiado para 2016.
- Orquestra Clássica da UP: a orquestra da FEUP está a ser reorganizada com a colaboração do maestro Ferreira Lobo no sentido de se transformar no futuro na Orquestra Clássica da UP.
- Revisão do modelo de avaliação docente: o Reitor tem insistido com os diretores das Faculdades para que o apliquem o mais breve possível, mesmo sem revisões.
- Recuperação da Quinta Lamas: a obra só será abordada quanto as obras dos envolventes externos dos campi estiverem concluídas.
- Recuperação do Estádio Universitário: não há de momento verba para a realização desta obra.

Modo de eleição do Próximo CG: foi solicitado ao Conselheiro Pacheco Pereira que apresente a uma futura reunião do CG um estudo seu sobre as várias modalidades de métodos eleitorais, para que depois o CG delibere sobre o assunto.

II. Informações do Reitor:

1. Ação Social: houve problemas a nível nacional na atribuição de bolsas aos estudantes que, no entanto, não afetaram o processo na UP por ter sido a mais lesta das universidades portuguesas a tratar deste assunto.
2. Foi assinado consórcio que criou a U.Norte, tendo o Reitor da UP sido escolhido como coordenador do consórcio para o seu primeiro biénio.
3. Avaliação da FCT de centros de investigação: o Reitor repetiu as críticas ao processo que foram publicitadas pelo Conselho de Reitor e informou que a reitoria da UP está a ponderar apoiar financeiramente, de modo transitório, os centros de investigados sediados na UP e que, como resultado da avaliação, serão injustamente subfinanciados nos próximos anos.

Assuntos da Ordem do Dia:

1. Aprovação da ata da reunião de 14 de novembro de novembro.

O Reitor propôs uma alteração do texto consistindo em acréscimo de palavras (as que estão em sublinhado em baixo), a um dos parágrafos do projeto de ata, o qual que se transcreve de seguida:
“Artur Águas congratulou o Reitor pela agilidade e o interesse com que foram tratados os pedidos de bolsas dos estudantes. Posteriormente questionou o Reitor sobre a política adotada pela equipa reitoral em relação às consultas de saúde dos estudantes e funcionários, ao que o Reitor esclareceu que esta situação não sofreria alterações, quanto aos estudantes”.
Artur Águas considerou que o texto original do parágrafo, sem o acréscimo proposto, reproduzia fielmente o que fora dito na reunião e por isso votou contra esta adição. Todos os outros membros do CG votaram a favor da alteração. A ata foi aprovada por unanimidade (com exceção da dita alteração).
Ainda sem a emenda aprovada (e que está acima citada), o texto da ata pode ser lido no seguinte link:
https://drive.google.com/file/d/0B0Hxw1-OkthJZXBnUUt6RWF4MVE/view?usp=sharing

2. Apreciação e aprovação do Plano de Atividades para a UP em 2015 (proposta do Reitor).

Este plano recebeu parecer favorável de todas as quatro Comissões do CG. Em duas destas Comissões (“Governação” e “Ensino, Qualidade e Avaliação”) o parecer favorável foi aprovado por unanimidade; em outras duas (“Planeamento e Financiamento” e “Investigação, Inovação e Internacionalização”, a que pertenço) foi aprovado por maioria.
O Plano de Atividades para 2015 foi aprovado por maioria com um voto contra (Artur Águas), tendo eu feito declaração de voto reafirmando em síntese as razões que estão esplanadas em detalhe no texto anterior deste blog (“Plano de Atividades da UP para 2015: a minha opinião pessoal”), o qual eu enviara na segunda-feira passada a todos os elementos do CG.
O Plano de Atividades aprovado pode ser lido no seguinte link:
https://drive.google.com/file/d/0B0Hxw1-OkthJNnFtN2VJNTMyQUE/view?usp=sharing

3. Programas das Ações das Comissões Permanentes do Conselho Geral para 2015.

No essencial, as Comissões aceitaram o cumprimento das incumbências que lhes tinham sido sugeridas pelo Presidente do CG, a saber:

1ª Comissão:
Deslocação às faculdades institutos e unidades autónomas, critério de escolha a combinar com o reitor caso concorde-para contactos com os diretores e conselho de representantes, de preferência com a participação do reitor ou quem ele designar. Julgo que devem ter preferência as unidades com novas direções. Abordagem de temas de gestão administrativa e articulação correspondente (cfr artºs 94 a 97 dos Est.), quer com o reitor quer com o CG
Clarificação da relação com a comissão de trabalhadores.
Em estreita cooperação com o reitor abordar a situação dos laboratórios associados e institutos de investigação e respetiva integração na Universidade prevista no artº 11 do DL a seguir citado
Preparação da eventual tomada de posição do CG quanto ao regime fundacional (cfr artºs 12 e do DL 96/2009 e artº 13 dos Est / fundação em colaboração com o conselho de curadores sobretudo depois de apresentado o relatório da avaliação de regime fundacional.
Estes dois temas devem, em minha opinião, ser abordados articuladamente.

2ª Comissão:
O Prof. Gabriel David apresentou em 2013/12/ 19 um plano que se não foi completado poderá servir para 2015.

3ª Comissão:
Em cooperação com a vice reitora da área e o administrador deverá trimestralmente apresentar ao C.G. relatório do acompanhamento do plano anual de atividades, execução orçamental e controlo.
Inteirar-se do andamento de eventuais contratos de fornecimento de serviços os investigação com entidades privadas ou até publicas e receitas ou despesas respetiva da Universidade.

4ª Comissão.
Ações apresentadas pela Comissão.


segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Plano de Atividades da UP para 2015: a minha opinião pessoal

Para a reunião da próxima sexta-feira, 16 de janeiro, o CG está agendada a “apreciação e aprovação do Plano de Atividades para 2015” da UP da responsabilidade do Reitor. O documento já foi apreciado pelo Senado da UP na sua reunião de 17 de dezembro, recebendo parecer favorável, sendo que o ónus da sua aprovação formal recai no CG. Há uma semana enviei aos meus colegas do CG e ao Reitor, a minha opinião sobre este “Plano de Atividades para 2015 da UP”. Partilho agora com a comunidade UP essa minha opinião pessoal sobre o Plano de Atividades da UP para 2015.

Organização e Conteúdo do Documento

Este Plano de Atividades para 2015 inicia-se com uma “Carta do Reitor” (pg. 6) em que
afirma  (3º parágrafo): “Em 2015, a U.Porto vai prosseguir e aprofundar o plano estratégico anteriormente gizado, não deixando de introduzir novas orientações e objetivos.” A meu ver, este plano é parco em novas orientações e iniciativas e parece escrito “em piloto automático”, como se se tratasse de um rotineiro relatório de gestão corrente.

O grosso do documento (da pg. 70 à 192) é constituído por anexos correspondendo à colagem dos relatórios enviados individualmente à Reitoria por cada uma das faculdades, os quais não me cabe comentar.

A Reitoria é responsável pela redação do texto da pg. 6 à 69, o qual é rico em quadros e gráficos. Os quadros e gráficos são, a meu ver, o componente mais importante, tornando o documento mais interessante enquanto “Desempenho da UP de 2012 a 2015” do que enquanto “Plano de Atividades da UP para 2015”. Foi seguramente muito trabalhoso chegar à informação que nos é disponibilizada nestes quadros e gráficos. Nos quadros, em particular, apresenta-se o desempenho da UP em 2012, 2013, o previsto para 2014 e o projetado para 2015. Merece os meus mais sentidos agradecimentos a Sra. Pró-Reitora, Prof. Doutora Patrícia Teixeira Lopes, que com a sua equipa se encarregou, tal como em anos anteriores, de coligir, organizar e analisar estes elementos. Agradeço também a deferência da Sra. Pró-Reitora em esclarecer dúvidas que no mês passado tive na leitura de alguns dos quadros, primeiro elemento que analisei do Plano de Atividades para 2015. É de aplaudir também a projeção cautelosa de desempenhos da UP para 2015, tendo em conta a real perda de financiamento da UP para o ano que decorre.

Quanto ao texto desta porção inicial (até à pg. 69), divide-se claramente em duas partes: até à pg. 23, e da 24 para diante (esta segunda parte está destacada por um fundo azul claro). Até à pg. 23, comentam-se os números pregressos da UP; apenas na pg. 23 se refere, em menos de meia página “Atividades a Desenvolver em 2015”, enunciando-se intenções gerais.

No texto em fundo azul claro (a partir da pg. 24), no essencial, sistematiza-se a informação contida nos anexos enviados por cada uma das faculdades, aqui e além, identificando-se uma medida concreta da responsabilidade da Reitoria (comentarei algumas dessas medidas em baixo). Por curiosidade, calculei o número de vezes que são citadas as várias faculdades nesta porção do texto que, como disse atrás, resume as contribuições das mesmas para as atividades da UP em 2015 (da pg. 24 à 65).

Aqui está o resultado dessa contagem:
Engenharia (FEUP)                42
Medicina (FMUP)                  41
Letras (FLUP)                       30
Psicologia (FPCEUP)            24
Biomédicas (ICBAS)             17
Nutrição (FCNAUP)              16
Farmácia (FFUP)                  15
Desporto (FADEUP)             11
Economia (FEP)                    8
Belas Artes (FBAUP)             7
Dentária (FMDUP)                 6
Arquitetura (FAUP)                 5
Ciências (FCUP)                   3
Direito (FDUP)                      1

Apresento agora a comentários pessoais sobre algumas das medidas propostas pela Reitoria da UP para 2015.

4.1 Investigação (pgs 23 a 32)

Listam-se uma série de boas intenções gerais – verismos com os quais todos estaremos de acordo – sem que haja qualquer especificação do modo como a Reitoria as pretende concretizar. Por exemplo afirma-se que “…promover-se-á uma cultura que fomente a recompensa da produtividade e dos resultados da investigação desenvolvida.” (pg. 24)

A esta afirmação segue-se a uma colagem de intenções parcelares que foram enviadas à Reitoria por 6 das 14 faculdades (FEUP, FMUP, ICBAS, FNAUP, FPEUP, FLUP).

Pergunta-see a Reitoria, ela própria, que iniciativas propõe para que se realize essa promoção? Que instrumentos utilizará a Reitoria, ela própria, para esse fim?

Todo o restante texto é da mesma natureza: verismos seguidos de transcrição de intenções enviadas pelas várias faculdades, em que não se discerne qual a contribuição inovadora ou de liderança da parte da Reitoria para 2015.

4.2 Formação (pg. 33 a 48)

Listam-se logo na página inicial desta secção 5 eixos para “Melhorar continuamente a qualidade de ensino/aprendizagem”, a saber:
1 – Valorizar a investigação nos modelos educativos da U.Porto;
2 – Valorizar a componente pedagógica na atividade dos docentes;
3 - Promover a melhoria dos modelos educativos adotados nos ciclos de estudo/unidades curriculares;
4 – Valorizar o desenvolvimento de competências transversais nos modelos educativos da U.Porto;
5 – Valorizar a vertente pedagógica da U.Porto no contexto nacional e internacional.

A esta nova declaração de intenções gerais segue-se, de novo, a colagem de propostas apresentadas sobre estes temas pelas várias faculdades, sem que haja indicação de quais as escolhas, novas estratégias ou iniciativas lideradas pela Reitoria.

A propósito da Formação quero reafirmar a necessidade da UP em 2015 dereativar a avaliação dos docentes. Tem havido uma decrescente participação dos estudantes no processo semestral de avaliação das suas disciplinas e dos seus docentes (a Sra. Pró-Reitora Patrícia Teixeira Lopes fez o favor de me informar que as taxas de resposta variam nas várias faculdades entre 14 e 30%). É urgente inverter esta tendência e obter respostas aos Inquéritos Pedagógicos acima de 50%. Isso é essencial para a contínua melhoria da qualidade de ensino e, também, para viabilizar o recentemente aprovado processo de avaliação do desempenho docente através de aplicação de uma fórmula numérica. É que o valor numérico (de 1 a 7) obtido por cada docente como resultado dos Inquéritos Pedagógicos entra na fórmula de avaliação do seu desempenho profissional. Se esse valor numérico corresponder a respostas de 14 a 30% dos estudantes, o docente terá um sólido fundamento para contestar o valor numérico final que lhe for atribuído como resultado da aplicação da fórmula de avaliação. Uma das minhas anteriores “20 sugestões ao reitor” era exatamente sobre esta questão. Considero, já o escrevi, ser essencial simplificar os inquéritos pedagógicos de modo a que cada estudante possa dar a sobre opinião sobre uma disciplina e os seus docentes em não mais do que 15 minutos, em vez das atuais 2/3 horas por disciplina (o atual inquérito contém demasiadas perguntas), o que faz desistir qualquer um (é preciso diminuir o número de perguntas para 5/10 vezes menos do que nos atuais inquéritos pedagógicos). Para incentivar a participação dos estudantes, é também importante dar acesso, em cada faculdade, a todos os estudantes e docentes aos resultados dos inquéritos pedagógicos e sugerir que cada conselho pedagógico elabore um relatório no final de cada semestre com comentários sobre os resultados dos inquéritos e o publicite. Apontei ainda nas minhas anteriores “20 sugestões ao reitor” vários métodos práticos para incentivar a participação dos estudantes. O Prof. Doutor Fernando Remião, Pró-Reitor para a Inovação Pedagógica, pelo trabalho que realizou na sua Faculdade de Farmácia, é a pessoa certa para desenhar as medidas necessárias de reforma dos Inquéritos Pedagógicos, desde que haja uma liderança que dê desígnios claros e se realizem reformas profundas. Haja esperança !

Na pg. 40 lê-se, no que respeita a “atrair mais estudantes estrangeiros…” “promover-se-ão visitas institucionais a universidades prestigiadas de países/regiões de interesse estratégico para o reforço de internacionalização da U.Porto, com o objetivo de recrutar ativamente estudantes estrangeiros”.
E quais são esses países? Brasil? Angola? Moçambique?
Nenhuma deles mas sim: México, Tailândia, China, Arábia Saudita, África do Sul, EUA, Timor, Cabo Verde, Austrália e Nova Zelândia.

Alguém acredita que virão para a UP estudantes da Austrália ou da Nova Zelândia?
Sendo todos apetecíveis destinos turísticos, dificilmente serão “países/regiões de interesse estratégico para o reforço de internacionalização da U.Porto”.

Pergunta-se: já alguém comparou a troca académica entre o Reino Unido e as suas ex-colónias americanas com a troca académica entre Portugal e sua ex-colónia americana? Alguém pensou em fomentar a sério esse intercâmbio utilizando como embaixadores os professores da nossa universidade com prestígio cimentado no Brasil, em vez de comitivas reitorais?

Lembremos o “Ciência sem Fronteiras” do “Brasil, Pátria Educadora” afirmado no discurso de tomada de posse de Dilma Rousseff. Não será este o bom momento de enviar ao Brasil uma embaixada de professores da UP que tenham fortes laços com universidades brasileiras?

Esta mesma secção da pg. 40 termina com um curto parágrafo assaz singular: “Não obstante este conjunto de atividades promotoras do aumento de estudantes estrangeiros na U.Porto, é esperada uma redução significativa no número de estudantes estrangeiros inscritos para grau, em virtude do aumento das propinas decorrentes da aplicação do estatuto internacional.

Pergunta-se: então porque decidiu o reitor aumentar estas propinas?

A este propósito quero acrescentar o seguinte: apesar dos meus reiterados pedidos, a este e ao anterior reitor, a propina anual de um aluno de doutoramento na UP, decidida em exclusivo pelo reitor, mantém-se exageradamente alta: 2.750 €. O resultado é uma fuga de estudantes de doutoramento do norte de Portugal para universidades da Galiza, onde a propina anda à volta de 1 000€. Não só não atraímos estudantes estrangeiros como estimulamos os nossos a “ir ao mercado” galego.

4.3. Desenvolvimento Económico e Social (pg. 49 a 56)

A palavra-chave desta secção do texto é “continuar-se-á”. Para além da manutenção do que já existe, é difícil encontrar aqui novas iniciativas, nem motivo para comentário já que as afirmações contido no texto são consensuais, porque pouco específicas na sua concretização.

Nesta secção afirma-se a vontade da UP de “privilegiar uma articulação com outras instituições que partilhem a mesma visão estratégica da Universidade”, podendo essa articulação envolver “divulgação científica, cultural, museológica e artística”.

Neste âmbito, sugiro que a UP disponibilize 200.000€ anuais a serem geridos pelo atual vereador da cultura da CMP, Paulo Cunha e Silva, professor da Faculdade de Desporto (FADEUP) e licenciado pelo ICBAS, figura que tem tido um papel chave na revitalização cultural da cidade. A única limitação na gestão desse montante seria que as iniciativas do professor Paulo Cunha e Silva teriam que ter alguma participação da UP e, obviamente, a aprovação do reitor.

Outro dos objetivos referidos nesta secção é o de “dinamizar a realização conjunta de projetos com o tecido económico”. De igual modo ao acima sugerido para a cultura (subcontratação de 200.000€ a professor da UP que já provou ser um eficaz gestor cultural), proponho que seja criado um programa para entregar a gestão de 200.000€ da UP a empresas privadas que queiram apresentar projetos conjuntos. Naturalmente, empresas da UPTEC seriam estimuladas a apresentar candidaturas a este programa, assim como empresas que têm tradição de colaboração frutífera com a UP, de que são exemplo (e cito a COTEC): a Efacec, a Mota-Engil e a Unicer.

Que a Reitoria da UP tome a iniciativa de encomendar “Livros Brancos” a peritos da universidade sobre vários aspetos da sociedade portuguesa, é uma sugestão que já fiz e que continuo a julgar pertinente como intervenção social da universidade. Contribuiria para mudar a ideia dominante de que a Reitoria da UP está apenas virada para dentro das portas da UP.

4.4 Áreas de Suporte (pg. 57 a 65)

4.4.5 Sistemas Informáticos e de Informação
Não há qualquer referência neste capítulo à segurança do sistema informático da UP (“Sigarra”) que é considerado, segundo me confessam estudantes da Faculdade de Engenharia, facilmente permeável por estranhos (potenciais “hackers”). Seria interessante, como medida preventiva, adjudicar um simulacro“ataque informático” ao Sigarra a especialistas em segurança informática da FCUP e da FEUP, e tirar daí as devidas conclusões.

É que se um dia houver um ataque eficaz ao Sigarra, a UP paralisará e muito se perderá.

4.4.6 Espaço Edificado e Infraestruturas (pgs. 62 e 63)
Finalmente, o concreto em relação a obras a decorrer em 2015 (pg. 62):
Belas-Artes: remodelação do pavilhão de exposições […] e projeto dum edifício de conexão.
Nutrição: elaboração de projeto para remodelação do antigo edifício do ICBAS para instalação da Faculdade.
ICBAS: elaboração de projeto de remodelação de parte do antigo edifício do ICBAS para ser dedicado ao ensino clínico.
Farmácia/ICBAS: elaboração de projeto de ampliação da cantina comum.
Desporto: continuação da recuperação dos telhados dos pavilhões e substituição de tetos falsos.
Economia: elaboração de projeto de remodelação do edifício.
Vairão: remodelação do centro de competências e do centro de formação do Campus Agrícola.
ReitoriaMuseus – intervenções para melhoramento de acessos e das instalações de apoio tendo em vista a abertura dos museus à comunidade pela entrada sul do edifício.
ReitoriaEdifício – reformulação da Sala dos Conselhos e recuperação de espaços afetos a diversos Serviços da Reitoria.
Reitoria: Organismos Independentes – (i) remodelação no edifício Parcauto (Complexo dos Bragas) para instalação de arquivo da U. Porto; (ii) estudo de intervenção no edifício Almeida Garrett; (iii) criação de parque de estacionamento para funcionários no terreno do Beco do Paço.
Reitoria: Polo II – (i) arranjos exteriores nos terrenos entre Economia e Engenharia; (ii) criação de parque central da Asprela junto ao terreno do Desporto.
Reitoria: Polo III – (i) adaptação da Casa Andresen para instalação da Galeria da Biodiversidade; remodelação da Casa Salabert para instalação de e-learning Café.
Reitoria: I3S – em conclusão a construção do edifício.
Reitoria: Instituto Geofísico – recuperação do edifício da Serra do Pilar para instalação doe Centro de Risco da U.Porto.
Reitoria: SAS – início da remodelação da central térmica da RICA I e recuperação de algumas infiltrações na residência D. Pedro V.

Seria ajustado adicionar a cada uma destas obras informação sobre o custoque está orçamentado ou que se encontra previsto.

A propósito de custos, o documento “Orçamento da UP. Ano 2015”, que precedeu este Plano de Atividades, ele é opaco relativamente à descriminação dos gastos a serem realizados pela Reitoria da UP em 2015, já que aparecem incluídos nos gastos gerais da universidade. A UP tem o direito de saber que fundos gasta anualmente a Reitoria e como os gasta: quanto em ação social, quanto em salários, quanto em obras, quanto em viagens, etc. No tempo do Reitor Novais Barbosa, a Reitoria da UP apresentava esse orçamento parcelar dos seus gastos distribuídos por item. Essa boa prática perdeu-se com o Reitor Marques dos Santos. Urge que o atual Reitor retome a boa prática do Reitor Novais Barbosa.

A propósito de obras: a beleza da restaurada frontaria do edifício da Reitoria da UP contrasta com a deterioração das outras três paredes do edifício que também merecem restauro. Proponho que, de igual modo ao que foi feito para a frontaria, se procure patrocínio publicitário para o restauro das outras três paredes, de modo a se harmonizar a boa imagem arquitetónico do edifício.