sexta-feira, 20 de março de 2015

2.750€/ano de Propina de Doutoramento: assim se Afunda a UP

(email dirigido ao Reitor e Equipa Reitoral da UP)

Exmo. Senhor Reitor e Equipa Reitoral da UP,

De cada vez que uma proposta de fixação do valor de propinas vai ao Conselho Geral (o Reitor é a única entidade que legalmente pode fazer este tripo de propostas), eu reclamo que 2 750€/ano é uma propina demasiado elevada. Voto contra, voto sempre vencido, como na última reunião do Conselho Geral (CG), em que o valor de 2. 750€/ano foi renovado.
E sei do que falo: tenho um estudante de doutoramento no meu Departamento que está inscrito na Universidade de Santiago de Compostela onde paga bem menos do que 1 000€ anuais. Não teve bolsa da FCT e não podia pagar 2 750€ anuais.
O argumento que o Reitor invoca sempre para manter a propina neste valor exorbitante é que a FCT transfere das bolsas de doutoramento e para a UP os 2 750€ anualmente e automaticamente. É dinheiro em caixa, é dinheiro do Estado, não há que baixar o preço pedido pela UP (não somos tolos…).
Ora acontece que as bolsas atribuídas pela FCT são cada vez em menor número, como é de conhecimento público, e não é fácil a um jovem cidadão português de hoje despender 2 750€ por ano durante 4-5 anos.
O resultado está à vista: o número de alunos de doutoramento na UP está a baixar significativamente. E a verdade é que sem alunos de doutoramento a investigação na nossa universidade está a cair a pique.
O que vai valendo aos jovens nortenhos que querem entrar num programa doutoral são as propinas de valor moderado (entre 500 e 1 000€) das Universidades de Santiago de Compostela ou de Salamanca. Consultem esses preçários nos seguintes endereços:

Salamanca:

Chegamos ao ponto do Instituto Politécnico do Porto fazer acordos de doutoramento preferencialmente com as universidades da Galiza e de Castela, preterindo a UP pelos preços exorbitantes que cobra, como o afirmou recentemente no “Público” a Prof. Rosário Gambôa, diretora do IPP.

Assim se vai estrangulando a investigação na UP e depois é com espanto que nos vemos descer nos rankings internacionais… Pelos vistos a política de preços das propinas de doutoramento da Reitoria está a ajudar nesse sentido.

Com os meus melhores cumprimentos,
Artur Águas
Conselheiro da UP

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