terça-feira, 17 de março de 2015

Reunião do Conselho Geral de 13 de Março


Antes da Ordem de Trabalhos

1. Exposição do Sr. Prof. Doutor Nuno Ferrand sobre os Museus da U.Porto.

Foi realizada pelo Prof. Nuno Ferrand uma apresentação ao CG de cerca de 40 minutos, ilustrada por PowerPoint, sobre os Museus da UP que estão a ser criados sob a sua responsabilidade, em particular sobre o Museu de Ciência da UP que ocupará a área do edifício da Reitoria virada para o Jardim da Cordoaria. Os Museus de Ciência da UP ficarão localizados em três polos: Casa Andresen, Planetário e Reitoria da UP. Está a seu cargo a criação da Galeria da Biodiversidade na Casa Andresen e do Museu da Ciência no edifício da reitoria; o espaço do Planetário e toda a área do Campo Alegre desde o Jardim Botânico até à Faculdade de Ciências será alvo de intervenção nos seus espaços exteriores com “botanização” desse percurso do Campo Alegre, sendo também construído um passadiço aéreo a ligar os dois espaços do Jardim Botânico que foram separados por uma rua. O custo da Galeria da Biodiversidade é de cerca de 4 milhões de euros e prevê-se a sua inauguração ainda em 2015; terá no seu espaço central um esqueleto de baleia suspenso do teto (como acontecerá no remodelado átrio central Natural History Museum de Londres, em que o célebre esqueleto de dinossáurio será substituído pelo de baleia). Para o Museu da Ciência, a inspiração é o Museu da Ciência de Barcelona (“CosmoCaixa”), sendo que o seu fundador e 1º diretor, o Prof. Jorge Wagensberg, se disponibiliza para aconselhar a UP sobre a organização do seu Museu da Ciência (o Prof. Wagensberg será orador no dia da UP, a celebrar na quarta da próxima semana a 25 de março). O futuro Museu da Ciência da UP terá uma Entrada Monumental (Cordoaria) com esqueletos de dinossáurios, e secções de Paleontologia, Mineralogia, Herbário, Laboratório de Química Ferreira da Silva, Estátuas Africanas de Angola (Tchokwe) de grande valor artístico, etc. Serão abertas 4-6 posições permanentes para o staff técnico do Museu. O reitor irá consultar os diretores das faculdades para que sugiram quem deverá fazer parte da futura Comissão Instaladora do Museu da Ciência da UP. Está prevista a inauguração de uma parte significativa deste Museu da Ciência da UP em 2016.
Finda a apresentação do Prof. Nuno Ferrand, o presidente do CG considerou que a agenda carregada da reunião não permitia qualquer tempo para diálogo entre o palestrante e os membros do CG, tendo ficado acordado que cada membro do CG enviará os seus comentários ou questões ao diretor dos museus da UP, através de email.

2. Presidente do CG: Ponto de situação sobre a “Revisão dos Estatutos da U.Porto”.

O Juiz Conselheiro Alfredo de Sousa, presidente do CG, dirigiu-se ao Ministério da Educação e Ciência para procurar saber porque não foram ainda publicados pelo Governo os novos Estatutos da UP, os quais foram aprovados por unanimidade pelo CG e pelo Conselho de Curadores. Foi-lhe dito que a publicação do documento estava a aguardar a redação do seu “Preâmbulo” (todas as leis têm que ser acompanhadas, aquando da sua publicação, de um texto de preâmbulo a ser escrito pelo ministério da tutela). O presidente do CG lembrou ao Ministério da Educação e Ciência que o prazo legal para publicação dos novos Estatutos da UP já tinha sido largamente ultrapassado. Os membros do CG manifestaram grande preocupação pelo atraso na publicação dos novos Estatutos da UP, considerando que isso demonstra falta de consideração do ministério pelos interessas da universidade. Foi proposto que o presidente do CG venha a escrever carta ao Conselho de Curadores da UP e ao Secretário de Estado do Ensino Superior a transmitir as preocupações do CG sobre esta questão.

3. Reitor: Assuntos gerais sobre atividade.

O reitor referiu temas da sua gestão da UP e respondeu a pedidos de esclarecimento que lhe foram feitos por membros do CG. Esses assuntos são resumidos de seguida:

1. O CRUP continua a dialogar com o governo no sentido de analisar e corrigir as avaliações feitas pela FCT a instituições científicas das várias universidades. Foi reiterada a vontade da UP dar algum apoio financeiro às unidades de investigação da UP que passaram a ficar sem financiamento por parte da FCT; esse apoio será decidido após uma avaliação caso a caso destas situações.

2. O modelo de futuro financiamento das universidades que o governo deu informalmente a conhecer em Lisboa é complexo e está a ser alvo de análise por parte de peritos da UP porque envolve fórmulas complicadas. Desde já, é possível concluir que a aplicação de algumas destas fórmulas levará a subfinanciamento crónico de várias faculdades e áreas do conhecimento.

3. O governo ainda não aprovou o orçamento das universidades portuguesas para 2015. Esta realidade levou ao repúdio pelo CG da postura do governo sugerindo que o reitor tome em breve uma posição pública enérgica sobre a questão, assim como sobre o subfinanciamento em geral das universidades e a falta de cumprimento de acordos de incidência financeira assinados pela UP com os sucessivos governos.

4. O orçamento que foi acordado com o governo, mas ainda não foi aprovado, apresenta uma cobertura menor das despesas com salários relativamente aos orçamentos de anos anteriores. De facto, o financiamento que está previsto para a UP em 2015 deixa de fora cerca de 26 milhões de euros dos que são necessários para cobrir o pagamento integral de salários na UP. Esse valor tem que ser encontrado em verbas próprias, nomeadamente nas propinas, as quais já contribuem para cerca de 20% do orçamento da UP (40 milhões de euros num orçamento total de 200 milhões). Neste momento, já existem faculdades da UP que estão próximo da rutura financeira e, por isso, estão a receber empréstimos da reitoria. Foi recordado que os sucessivos governos nunca cumpriram o acordo financeiro que foi assinado com a UP aquando da criação do seu estatuto fundacional. A gestão orçamental da UP em 2015 será também dificultada por ter que incluir este ano os empréstimos feitos pela UP aos seus parques de ciência e tecnologia.

5. O Prof. António Sarmento apresentou uma proposta para que fosse negociado um acordo entre universidades e governos que assegurasse uma percentagem fixa do orçamento de estado para financiamento das universidades (a média em países da OCDE é de 1,6%; em Portugal tem sido inferior a 1,4%), e que os partidos políticos se comprometessem com esse valor, de modo a que não haja a frequente flutuação das verbas atribuídas às universidades pelos sucessivos governos.

6. Serviços Partilhados: o reitor está fazer um levantamento de todos os recursos humanos nas várias faculdades, administrativos e financeiros, no sentido de apresentar no final de abril uma proposta de reforma e melhoria dos serviços partilhados aos diretores das faculdades da UP.

7. Mostra da UP na Alfândega: o reitor informou que pediu um parecer técnico sobre a segurança do Pavilhão Rosa Mota o qual indicou que o edifício apresenta alguns vidros partidos e instabilidades estruturais várias que não asseguravam a segurança mínima para aí se poder realizar a Mostra UP 2015 (no entanto, o Pavilhão continua a ser utilizado, como constato diariamente da janela do meu gabinete). Por este motivo foi arrendado o espaço da Alfândega que ficou substancialmente mais caro do que teria sido o aluguer do Pavilhão Roda Mota.

8. Uma delegação de 9 professores da UP, chefiada pela Vice-Reitora Prof. Fátima Marinho, visitará Timor-Leste em junho.

9. Círculo Universitário: há três entidades que manifestaram interesse em explorar no futuro as instalações da Casa Primo Madeira. Entretanto, decorre o processo criminal contra o anterior concessionário deste espaço privilegiado da UP, encontrando-se fechado o edifício e os seus espaços anexos.

4. Prof. Águas: “Fraude no Acesso à Universidade”.

Sobre este tema enviei antecipadamente uma curta exposição (com documentos anexos) aos membros do CG que pode ser lida aqui:
Esta exposição tinha como anexo os seguintes documentos:
1. Artigo científico da autoria de três cientistas da FPCEUP, publicado na revista “Higher Education”:
2. Notícias de 1ª página do JN e Público (24 de janeiro de 2015) a que esta investigação deu origem:
JN:

Público:

Sobre a mesma matéria a Comissão de Ensino do CG elaborou um relatório que pode ser lido em:

O presidente do CG lembrou que há um estudo realizado pelo Vice-Reitor Sarsfield Cabral (anterior equipa reitoral) sobre a comparação de percurso académico na UP de estudantes vindos do ensino público ou do privado. Considerou que o assunto poderia ser retomado em futura reunião do CG. Foi divulgado que o Conselho Nacional de Educação anunciou um colóquio em abril em Évora para debater o Modelo de Acesso ao Ensino Superior.

B. Ordem de trabalhos:

1. Aprovação da ata da reunião de 16 de janeiro de 2015.
A ata foi aprovada por unanimidade e pode ser lida aqui:

2. Fixação do valor de propinas para o ano letivo 2015/2016
O reitor apresentou proposta para elevação da propina geral de 999€ para 1.063€ que pode ser lida aqui:
A proposta foi rejeitada por ter recebido apenas dois votos favoráveis. O não aumento de propinas na UP levou a que o CG tenha decidido emitir uma nota de imprensa que pode ser lida aqui:

Esta nota de imprensa teve eco nos meios de comunicação social, como pode ser lido aqui:

Relativamente à proposta de valor de propinas para mestrado (1250€) e doutoramento (2750€), a proposta apresentava os mesmos valores do ano transato. Afirmei considerar excessivo o valor da propina de doutoramento na UP que, a meu ver, deveria passar para metade. A proposta foi aprovada por maioria com dois votos contra.

3. Fixação do valor de propinas a aplicar aos estudantes internacionais nos cursos de estudos avançados.
A proposta apresentada pelo reitor (atrás referida) relativamente aos estudantes internacionais foi alterada por sugestão de vários membros do CG, dando agora grande poder discricionário aos diretores de cada curso pós-graduado para propor alterações do valor da propina (os elementos concretos destas alterações discricionárias podem ser lido no texto de deliberações oficiais da reunião apresentado no final deste texto).

4. Propostas de clarificação do Regulamento de Propinas da U.Porto.
A proposta foi aprovada por unanimidade e pode ser lida aqui:

5. Apreciação e aprovação da proposta de “Alienação do Legado de Ventura Terra”
Trata-se de doação antiga do célebre arquiteto Ventura Terra que legou conjuntamente à UP e à UL um prédio na rua Alexandre Herculano em Lisboa (Prémio Valmor) com a condição de que os proventos da sua venda venham a ser utilizados em bolsas de apoio a estudantes de Arquitetura ou Belas Artes. A proposta foi aprovada unanimidade.

6. Apreciação e aprovação do Regulamento para a proposta de nomeação dos membros do Conselho de Curadores.
O regulamento foi aprovado por unanimidade e pode ser lido aqui:

7. Apreciação e aprovação do “Relatório de Avaliação do Período Experimental de cinco anos de vigência do Regime fundacional da Universidade do Porto”.
O relatório foi aprovado por unanimidade e pode ser lido aqui:

As deliberações oficiais da reunião podem ser lidas aqui:


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